Ambos sorriam frente a frente, olhos atentos e com um nervoso à flor da pele. Teriam que escolher a chave certa para a estranha fechadura do ser humano. O que cada um pensa cada um sabe e o medo que a cada um invade toma grandes e pequenos tamanhos. Tanto passa em tão pouco espaço, em tão pequena cabeça que deseja compreensão e se sente nua.
A palavra cai ao sabor do vento, como uma folha de Outono dourado. Mas é o olhar que cai em direcção ao chão de vergonha enquanto a folha paira no ar à espera de ser colhida. Sem resposta…
O vento pára e a folha cai e cada letra, morta, se desprende com mágoa.
Vai haver mais Outono, por isso ergue o teu olhar e entrega-te a outro vento. Mas nada é fácil quando se cresce todos os dias e o pior sentimento humano é ser esquecido por alguém que nunca iremos esquecer.