Tantas vezes a pisou no seu passo apressado em tempos ferozes, e molengão nas tardes quentes de passeio. Sem olhar, seguia em frente e inocentemente passava, ignorando por onde andava. Quando olhava, apenas o céu se reflectia nas suas pupilas. Queremos sempre o que está tão longe, como que num tecto que nunca iremos tocar. Mas é tão belo esse vasto azul.
E no entretanto, sem razão aparente, deixou desmaiar o corpo, como o de um morto, até ao chão. Chorou… Ali, no lado de uma rua por onde passava, contou ao céu o que na alma lhe ia, mas este tinha tanto de altura quanto de altivez. Mesmo à sua frente, reparou pela primeira vez: a Pedra da Calçada. Era branca de pureza. Brilhava e ouvia a mágoa que ia brotando, escutando calada e chorando para dentro. Se ela falasse talvez dissesse: serei sempre o suporte do teu andar, mesmo que prefiras contemplar o sol, o céu e outras estrelas que tal.
Quando passa agora no lado da rua, reflecte-se um brilho diferente nos seus olhos gigantes. É o brilho da Pedra da Calçada.